Por que choramos quando estamos muito felizes?

Goutyne
By Goutyne
Por que choramos quando estamos muito felizes

É bem provável que você já tenha ido a pelo menos um casamento e visto algumas pessoas derramarem lágrimas de felicidade enquanto o casal trocava seus votos. De fato, choramos com certa frequência quando estamos muito felizes, o que sugere que os humanos são criaturas com muitos comportamentos um tanto incongruentes.

Como o ato de chorar é um comportamento que a maioria das pessoas interpreta como um indicador de tristeza, isso pode levantar questionamentos sobre por que alguém expressaria uma emoção tida como negativa (choro) durante uma ocasião positiva. Bem, pesquisadores começaram a investigar essa questão recentemente, levantando hipóteses bastante interessantes a respeito disso.

Choramos quando estamos muito felizes para restaurar o equilíbrio emocional

Uma psicóloga chamada Oriana Aragon, da Universidade de Yale, que tem pesquisado sobre o assunto, explica que expressar emoções negativas em situações extremamente positivas pode ajudar a restaurar o equilíbrio emocional. Basicamente, podemos pensar nisso como nossa mente realizando uma homeostase emocional.

Em seu estudo, Aragon e seus colegas observaram participantes em certos cenários e mediram suas respostas a bebês fofos ou reuniões felizes. Eles descobriram que as pessoas que apresentavam mais reações chorosas a cenários extremamente positivos eram mais capazes de moderar suas emoções rapidamente após uma explosão inicial de emoções extremamente positivas.

Essa explicação se encaixa perfeitamente nesse sentido, pois também explica o “riso nervoso”. Basicamente, em situações muito estressantes, a ansiedade que sentimos é tão grande que precisamos rir para aliviar nosso sistema do estresse causado por nos sentirmos tão nervosos.

Choramos quando estamos muito felizes por uma questão de superação

Uma outra hipótese sobre esse mesmo assunto afirma que choramos não por causa da situação feliz, mas por causa das emoções negativas experimentadas anteriormente e que foram retidas por um longo período.

No caso de uma cerimônia de formatura, talvez o aluno inconscientemente se lembre de todas as dificuldades enfrentadas durante a faculdade, ao mesmo tempo em que a cerimônia acrescenta uma sensação de cessação a essas dificuldades. Da mesma forma, um atleta que ganha um troféu pode não estar chorando porque vencer é doloroso, mas porque a jornada para alcançar essa vitória foi conturbada.

O papel da amígdala

Uma explicação neural para esse comportamento estranho está relacionada ao limite da área do nosso cérebro que regula as emoções. Basicamente, as emoções felizes e tristes levam a uma intensa excitação emocional, embora as respostas de excitação no cérebro sejam bastante diferentes.

O centro do cérebro que controla a emoção (a amígdala) e as áreas do hipotálamo estão conectados a uma seção do tronco cerebral chamada núcleo lacrimal, que estimula a produção de lágrimas. Portanto, essa hipótese sugere que sempre que sentimos emoções extremas (sejam elas positivas ou negativas) a amígdala registra o alto nível de excitação e desencadeia uma resposta do núcleo lacrimal.

Apesar de todas essas hipóteses, ainda é cedo para dizer exatamente por que temos um comportamento tão incongruente sem mais pesquisas.

Até agora, com base em dados comportamentais, a melhor explicação parece ser a do equilíbrio emocional, mas entender melhor as correlações neuroanatômicas pode ajudar a esclarecer se a conexão do núcleo amígdala-lacrimal é uma explicação mais viável.

No fim das contas, seja lá qual for a explicação, o fato é que ninguém deve se importar em expressar sua imensa alegria em meio às lágrimas, afinal, é realmente um sentimento maravilhoso!

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