Obviamente, nem todo mundo sabe tocar piano, mas qualquer pessoa sabe muito bem que esse instrumento possui teclas brancas e pretas. Dito isto, um questionamento que pode surgir na cabeça de muitos é: “por que o piano tem teclas com essas cores específicas?”
Se você perguntar isso a um pianista, ele provavelmente dirá que as teclas brancas representam as notas naturais e as teclas pretas representam os intervalos entre esses tons musicais. No entanto, isso não explica a coisa toda. Certamente, uma resposta mais justa poderia dizer por que outras cores não foram escolhidas, afinal, teclas coloridas teoricamente ajudariam os pianistas a decifrar as notas mais facilmente, correto?
Bem, ao longo deste artigo, você vai descobrir que as teclas do piano são brancas e pretas por questões que vão desde a sua fabricação nos primórdios do instrumento à facilidade de leitura das notas.
Matéria-prima desempenhou um papel crucial
Então, vamos lá: por que as teclas do piano não podem ser vermelhas, azuis ou até mesmo amarelas? Bem, em tese, elas até podem ser, pois qualquer fabricante certamente poderia pintá-las da maneira que bem quisesse.
Porém, historicamente, as teclas dos pianos eram construídas com dois materiais principais: marfim e ébano. Foi daí que surgiu toda essa questão de teclas brancas e pretas.
As primeiras teclas brancas eram feitas quase unicamente de marfim, um tipo de matéria que naturalmente possui uma cor branca. O ébano, por sua vez, deu origem às teclas pretas, pois esse tipo de madeira possui uma tonalidade naturalmente escura.
Curiosamente, se você já olhou as fotos dos instrumentos de teclado mais antigos, deve ter notado que as cores das teclas costumavam ser invertidas. Olhando para o cravo e até mesmo para os primeiros modelos do piano, as teclas naturais (hoje brancas) eram pretas. Por sua vez, as teclas equivalentes aos semitons eram brancas.
Então, por que exatamente eles trocaram as cores? Bem, essa troca se fez necessária porque era muito mais difícil identificar as notas usando o design antigo. Particularmente com a maioria das teclas pretas, aquele pequeno espaço escuro entre elas era realmente mais difícil de ver, então era bem mais rotineiro cometer erros nesses instrumentos.
Em um piano moderno, o espaço entre as teclas brancas é mais fácil de ser enxergado, pois a linha escura que se forma naturalmente entre cada uma delas permite que você possa distinguir umas das outras. Além disso, a distância entre as teclas é muito mais fácil de ver, especialmente ao tocar escalas.
Teclas brancas e pretas também são mais fáceis de distinguir
Para qualquer pianista, quanto menos preocupação houver com o teclado, melhor. Visualmente, é muito mais fácil ver as teclas coloridas desta forma, pois o contraste entre as teclas brancas e pretas podem guiar o músico à medida que ele toca vários repertórios. Na prática, não só é mais fácil digerir o piano visualmente, mas também fisicamente.
A forma como as teclas estão dispostas também permite que os dedos se envolvam naturalmente na execução das músicas. Tudo isso resulta em um ajuste perfeito que permite que os pianistas toquem da forma mais natural possível.
Agora que a questão das cores já foi solucionada, a pergunta que fica é: por que um piano tem 88 teclas? Esse instrumento não poderia ter 90 ou 100? A resposta para isso é muito simples e há um pouco de história por trás disso para apoiar o raciocínio.
Antigamente, os pianistas costumavam tocar um instrumento que não apresentava tantas teclas como os pianos modernos. Esse instrumento era chamado de cravo e tinha apenas 60 teclas no total. No início, esse número de tonalidades era suficiente, mas com a modernização da música, o espectro de 60 notas passou a ficar ultrapassado.
Se você der uma olhada na música que estava sendo composta na época do surgimento do cravo, nenhum compositor ia além das 60 notas deste instrumento. No entanto, a modernização da música abriu espaço para um aumento no número das tonalidades envolvidas, o que eventualmente culminou no aumento de notas para o padrão de 88 teclas.