Mas as leituras não pararam. É simplesmente impossível eu viver sem livros. Há várias leituras interessantes que estou para fazer resenha (outras nem tanto) e gradualmente vou postá-las aqui. A bola da vez é a resenha de O Hobbit, que devo ter lido no primeiro trimestre deste ano.
Eu comecei a ler Tolkien de forma “errada”. A maioria dos entendidos de seu universo afirma ser melhor se introduzir na sua obra começando por O Hobbit. Depois, seguir para a saga do anel e finalizar com O Silmarillion.
A primeira lenda de Tolkien
O Hobbit é um livro infantil, apesar de alguns momentos, principalmente em sua segunda metade, não parecer. Tolkien costumava narrar para seus filhos histórias de lendas e mitos para entretê-los. Ao que tudo indica, o enredo de seu primeiro livro ganhou forma ao dedicar tempo para formular novas histórias cativantes a sua prole.
A inspiração sem dúvida veio de narrativas medievais que encantavam e ocupavam a mente de Tolkien. Consta que antes mesmo de se dedicar a aventura do pequeno ser de pés peludos ele já trabalha nos escritos de O Silmarillion que se baseavam em lendas e mitos medievais.
O Hobbit e O Senhor dos Anéis seriam uma adaptação dessas narrativas cheia de monstros e magias. O Hobbit, por ser uma obra menos densa e complexa, afinal, foi pensada para divertir o público infanto, foi concluído primeiro e naturalmente foi o primeiro a chegar nas livrarias.
O sucesso foi estrondoso. As impressões se esgotavam uma após outra e sempre havia aqueles que reclamavam da má sorte. Os editores pressionaram Tolkien para escrever uma nova história com hobbits, mas ele não estava interessado. Seu coração estava em O Silmarillion. Ele chegou a enviar o material do que ainda estava desenvolvendo para os editores com a esperança que despertasse interesse.
Mas Silmarillion não tem hobbits e que o público queria, na percepção dos editores e dos gráficos de vendas, era hobbits. Então Tolkien se rendeu, de forma muito sensata, e começou a escrever uma nova história com esses pequenos seres. História que veio a ser imortalizada e marca para sempre a literatura fantástica como O Senhor dos Anéis.
A história de O Hobbit
Bilbo Bolseiro é um hobbit, um ser miúdo (menor que um anão), de pés peludos que vive em uma toca no chão. Ele e os demais de sua espécie adoram os pequenos prazeres da vida: refeições fartas, chás, uma casa confortável, breves passeios junto à natureza. Enfim, gostam de uma vida pacata, tranquila, previsível.
Bilbo levava exatamente essa vida na Vila dos Hobbits, em um local chamado A Colina, até a chegada do mago Gandalf. Este estava de passagem pelo vilarejo até se deparar com o Sr. Bolseiro e enxergar nele algo que o próprio nem podia imaginar.
Após uma breve, e engraçada, troca de palavras com o hobbit, Gandalf o convida (na verdade, o convoca) para uma grande jornada: atravessar à Terra Média com um bando de anões (convencionou-se usar nas obras de Tolkien a forma “anãos”, mas para não me estender demais explicando o porquê vou me limitar a usar o termo tradicional) até a Montanha Solitária, um lugar sombrio, devastado, onde repousa o temível dragão Smaug.
O objetivo da missão é recuperar o tesouro que originalmente pertenciam aos antepassados dos anões e que está sob vigília constante do dragão perverso. Bilbo, seguindo o seu coração de hobbit, não se agrada com essa história e recusa o convite. Mas Gandalf não se importa.
No dia seguinte, sua casa no chão é tomada por um bando de anões. Eles a usam como um ponto de encontro e o último lugar para se ter uma refeição completa antes de iniciar a aventura de suas vidas. Gandalf chega por último e com sua lábia consegue arrastar o desesperado hobbit para essa viagem maluca e sem garantias de sobrevivência…
Considerações O Hobbit
Uma leitura deliciosa e emocionante. Uma jornada incrível que não surpreende ter causado tamanho impacto a época de sua publicação e a continuar conquistar fãs por todo mundo até o presente.