[Resenha] Malala, a menina que queria ir para a escola

Goutyne
By Goutyne

Malala converteu-se em um ícone global das lutas pelo direito à educação. Para entender melhor a origem da coragem e força de vontade da menina, Carranca retorna ao ano de 328 a.C.

Nesse período, Alexandre Magno enfrentou o povo pashtun, da etnia de Malala. É interessante notar a abordagem escolhida pela autora nesta obra destinada originalmente ao público infantil, mas, que pode ser lida por pessoas de qualquer idade.

Com efeito, Carranca mescla narrativas em terceira pessoa, com seu relato pessoal. O objetivo é contar a história da menina que começou a escrever em um blog após o grupo terrorista Talibã proibir que as mulheres estudassem.

Por outro lado, a autora muda a abordagem quando deseja compartilhar os detalhes da apuração de sua reportagem.

Um bom exemplo disso pode ser encontrado na visita de Carranca ao príncipe Aurangzeb. Nessa ocasião, ela deseja saber mais acerca do passado, no qual às meninas era permitido mostrar seus cabelos e estudar normalmente no Swat – a região do Paquistão dominada pelos fundamentalistas.

O dia a dia no Swat

A autora está habituada a viajar até locais de conflito, como Uganda, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Afeganistão. Nações muçulmanas também têm sido incluídas em seu itinerário de trabalho, incluindo Indonésia, Egito e Irã.

Ela regressou ao Paquistão 15 dias depois de Malala ter sido baleada na cabeça dentro do ônibus escolar que utilizava. Não era possível prever que a jovem se tornaria a referência que é hoje.

Para Carranca, essa foi uma de suas mais tensas viagens. Afinal, ela já estava dentro das fronteiras paquistanesas quando o Talibã comunicou que os jornalistas estavam proibidos de visitar o vale do Swat.

Nossa autora descreve, em primeira pessoa, o trajeto percorrido à Mingora, cidade natal de Malala. Um dos elementos de maior complexidade eram os problemas de locomoção na área.

O patriarca da família que a recebeu contava histórias muito interessantes. Os banhos matinais, tomados com água aquecida no fogareiro depois de tirada diretamente de um poço instalado no quintal, também marcaram a memória da jornalista. O público infantil encontra referências em histórias clássicas.

Em uma delas, a popular narrativa de “João e Maria”, é utilizada com rara maestria. Afinal, ela também se sentia frágil, como a personagem do conto, ao percorrer labirintos escuros que a levavam à residência dessa família. Talvez, reflete, teria sido melhor marcar o caminho com migalhas, como no exemplo do clássico infantil.

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