Fifa coloca 48 seleções na copa e busca mais dinheiro

Goutyne
By Goutyne
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Gianni Infantino precisou de apenas um ano no comando da Fifa para realizar o sonho de inchar a Copa do Mundo. E com sobras, porque o Mundial a partir de 2026 terá 48 seleções (quase um quarto das 206 federações filiadas à entidade). E não 40 como era sua intenção inicial.

Os patrocinadores esfregam as mãos, os torcedores torcem o nariz e suspeitam de que a competição vai passar por um processo de vulgarização.

Congresso da Fifa em Zurique oficializou a Copa de 2026 com 48 seleções. A expectativa de receitas com o novo formato é de 4 bilhões de dólares (R$ 12,8 bilhões). No Mundial da Rússia, o faturamento deve ser de 3,45 bilhões (R$ 11,3 bilhões).

Aumentar o número de participantes dos torneios é uma marca da Uefa (União Europeia de Associações de Futebol). Que se acentuou a partir de 2007 com a chegada ao poder do ex-jogador francês Michel Platini.

Sob o argumento de que é preciso dar a países de menor expressão a chance de ter um representante na Liga dos Campeões. Mas ele foi colocando timecos nas fases prévias da competição.

E hoje já são 63 os que se digladiam na luta por dez postos na fase de grupos. Os outros 22 são de campeões e vices das ligas mais fortes do continente. E tome jogos de baixo nível técnico.

A Eurocopa, que surgiu em 1960 com apenas quatro equipes na fase final. Na edição do ano passado, disputada na França, teve 24 – como Platini queria. E contou com equipes como Islândia e Albânia – que renderam matérias engraçadinhas e curiosas. Mas que daqui a um ano provavelmente não terão o nome de nenhum jogador lembrado pelos fãs de futebol.

Mais espaços para seleções novatas

O argumento de ajudar os pobres é muito bom para garantir votos a quem quer o poder (ou permanecer no comando), mas não o mais importante. O que conta mesmo é o dinheiro a mais que jorrará dos contratos com patrocinadores e emissoras de tevê.

Quanto mais mercados estiverem envolvidos nos grandes eventos (sejam os tradicionais, que dificilmente faltarão por causa do aumento do número de vagas. Sejam os “novatos”, ávidos por participar da festa), melhor para os parceiros comerciais da entidade. E, claro, para os filiados.

A Liga dos Campeões é uma mina de dinheiro para a Uefa, que na edição em andamento distribuirá nada menos do que 1,3 bilhão de euros (R$ 4,5 bilhões) aos clubes participantes. Mas o interesse na Espanha não seria o mesmo se Real Madrid ou Barcelona não se classificassem para o torneio. O que poderia acontecer se o país tivesse duas ou três vagas. Mas como tem quatro, ano após ano os dois gigantes estão presentes.

Um Mundial com 48 seleções dará às grandes cadeira cativa na competição, e isso é uma satisfação para os que bancam a festa. Pelo esboço, a ser confirmado, a divisão de vagas ficará assim.16 para a Europa, 9,5 para a África (nove diretas e a chance de mais uma na repescagem). Mas 8,5 para a Ásia, 6,5 para a Conmebol, 6,5 para a Concacaf e uma para a Oceania. A Ásia tem qualidade para ter nove equipes na Copa do Mundo? Não, mas com nove vagas dificilmente a China ficará de fora.

Como serão os formatos com 48 seleções?

O formato mais provável, segundo os estudos feitos pela Fifa. Prevê a divisão dos times em 16 grupos de três, com os dois primeiros de cada um passando para a fase seguinte. E, com 32 equipes no páreo, a partir dali todos os jogos seriam eliminatórios. Os piores entrarão em campo duas vezes antes de ir para casa (hoje entram três), e o tempo de disputa da competição será praticamente o mesmo de hoje.

Com 48 seleções participantes também deverá ocorrer outra mudança bem ao gosto da Uefa dos tempos de Platini. E de Gianni Infantino, que apareceu para o mundo como secretário-geral da entidade. Espalhar a fase final por várias sedes (a da Eurocopa de 2020 terá jogos em 13 países). Ficará muito caro para um país receber 47 equipes e seus torcedores, além de um número bem maior de jornalistas. Então é de se esperar que o evento tenha pelo menos dois – e possivelmente mais – organizadores.

Uma das promessas de Infantino quando assumiu a presidência de uma. Fifa arranhada por escândalos e mais escândalos de corrupção foi governar com transparência e ouvir “a família do futebol”. Pelo jeito o torcedor não faz parte da família.

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