Deus romano do vinho em algum momento durante suas aulas de história no colégio você deve ter ouvido nomes como Zeus, Apolo, Afrodite e outras famosas deidades da Grécia Antiga. E, quando falamos em mitologia romana, esses deuses ganham, respectivamente, os nomes de Júpiter, Febo e Vênus. Mas além dos famosos nomes do C, há diversos outros menos conhecidos — mas não menos importantes.
Você já ouviu falar, por exemplo, em Dionísio? E em Baco? Não? Pois saiba que ambos são representantes da ebriedade, dos excessos, das festas, do prazer e da folia.
Enquanto o primeiro é grego, o segundo é romano, e leva o título de deus do vinho. Quer saber um pouco mais sobre a história da deidade dessa preciosa bebida? Acompanhe o post, pois ele é inteiro dedicado a Baco!
Qual a origem de Baco?
Filho do deus Júpiter com a mortal Sémele, que exigiu que a divindade se apresentasse para ela em toda a sua glória para que pudesse ver a verdadeira fisionomia do pai de seu filho.
No entanto, quando isso aconteceu, Sémele não conseguiu suportar a visão e, fulminada, transformou-se em cinzas. Júpiter, então, retirou o feto — ainda no sexto mês — das cinzas e o colocou entre suas pernas, finalizando a gestação. Assim, Baco é, na realidade, um semideus, pois tem sangue humano e divino em suas veias.
Como ele se tornou o deus do vinho?
Já adulto, Baco apaixonou-se pela vinha, descobrindo uma forma de extrair o suco da uva e transformá-lo em vinho. Porém, a invejosa deusa Juno (Hera no panteão grego) enlouqueceu Baco e ele passou a vaguear pelo mundo em sua insanidade.
Foi apenas ao passar pela Frigia — região da atual Turquia — que o deus do vinho recuperou a lucidez. Para isso, ele contou com a ajuda da deusa Cibele, responsável por sua cura.
Designada como “mãe dos deuses”, Cibele, cuja origem era a própria Frigia, iniciou Baco em seus ritos religiosos. Depois de recobrar a sanidade, ele viajou a Ásia disseminando a cultura da vinha.
Conta a lenda que houve uma tentativa de escravizar o semideus. Certa vez, alguns marinheiros desembarcaram em uma ilha chamada Dia. Lá, encontraram um jovem dormindo e, por sua bela fisionomia, imaginaram ser filho de um rei.
Assim, resolveram sequestrá-lo para pedir um resgate. No entanto, um marinheiro chamado Acetes desconfiou que aquele jovem fosse alguma divindade e lhe pediu perdão pelo mau tratamento.
Mas os demais membros da tripulação, tomados pela cobiça, planejaram levar Baco para o Egito e vendê-lo como escravo. Ele percebe a trama e, de repente, a nau para no meio do mar.
Das águas começa a vir um aroma inebriante de vinho e, dentro da embarcação, vinhas crescem, carregadas de uvas. Todos os homens — exceto Acetes — são transformados em peixes e jogados ao mar.
Como é o culto a Baco?
O culto a Baco ganhou importância para os romanos por volta do ano 200 a.C., sendo chamado de bacchanalia. Inicialmente era um rito totalmente feminino, comandado pelas bacantes (uma espécie de sacerdotisa) e ocorria apenas três vezes ao ano. Mas com o passar dos anos o ritual sofreu alterações, passando a ser noturno, incluindo os homens e ocorrendo com muito mais frequência.
As celebrações ficaram famosas pelos excessos cometidos, principalmente os sexuais. Isso fez com que o culto ao deus do vinho fosse proibido em 186 a.C. Pessoas ligadas ao ritual foram perseguidas e mortas e os templos dedicados a Baco foram destruídos. Segundo alguns historiadores, essa foi a primeira perseguição religiosa da Europa.
Felizmente, não é pelos excessos que a divindade é conhecida hoje. Sua figura é associada à fertilidade, colheita e, claro, ao vinho. Para nossa sorte, sua cultura se espalhou e ainda podemos degustar essa fascinante bebida, não é mesmo?