[Resenha] Comunicação não violenta – Nova edição: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais

Goutyne
By Goutyne

Essas são questões feitas por Marshall B. Rosenberg no seu livro “Comunicação Não-Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, publicado em 2006. Marshall foi um psicólogo americano orientado por Carl Rogers, consultor para programas de paz e mediador de conflitos em regiões assoladas por guerras.

Segundo o autor, a Comunicação Não-Violenta (CNV) se baseia em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas. Pela CNV, é possível nos atentarmos cuidadosamente (e sermos capazes de identificar) os comportamentos e as condições que estão nos afetando. Com o foco em possibilitar escutarmos profundamente – a nós e aos outros – a CNV promove respeito, empatia, atenção, compaixão.

Marshall B. Rosenberg explica que para usarmos a CNV, é preciso lançar luz à consciência em quatro áreas (quatro componentes do modelo da CNV):

  1. Observação
  2. Sentimento
  3. Necessidades
  4. Pedido

Primeiramente, é necessário observarmos o que está acontecendo, de fato, na situação vivenciada. É importante que essa observação seja feita sem julgamentos ou preconceitos, mas sim observar o que nos agrada ou não na ação de outra pessoa. Posteriormente, percebemos como nos sentimos ao observar a situação (alegres, irritados, assustados, tristes, etc). Em terceiro lugar, identificamos quais de nossas necessidades estão relacionadas aos sentimentos percebidos. E por fim, o quarto componente enfoca o que estamos querendo da outra pessoa para enriquecermos nossa vida. O autor na obra nos dá um exemplo prático de uma mãe que deseja se comunicar com um filho adolescente e que faz uso dos quatro componentes da CNV:

“Roberto, quando eu vejo duas bolas de meias sujas debaixo da mesinha e mais três perto da TV, fico irritada, porque preciso de mais ordem no espaço que usamos em comum. Você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na lavadora?”

Portanto, entendemos que parte da CNV consiste em expressar de forma clara os quatro componentes, seja de forma verbal ou por outros meios. Porém, outro aspecto dessa forma de comunicação é perceber os quatro componentes na linguagem de outrem. Conseguimos isso entendendo o que estão observando e sentindo e o que estão precisando, e depois, por meio do pedido, descobrir o que poderia enriquecer suas vidas. Dessa forma, é possível que se estabeleça naturalmente um fluxo de comunicação compassiva dos dois lados.

Assim, a CNV consiste em duas partes:

  1. Expressar-se honestamente por meio dos quatro componentes;
  2. Receber com empatia por meio dos quatro componentes.

É importante atentarmos que a CNV não se trata de uma fórmula preestabelecida, pois se adapta a diferentes situações e culturas; e também para o fato de que, mesmo se tratando de uma “linguagem”, não é apenas possível aplicar os quatro componentes de forma verbal, pois a essência da CNV está na consciência destes.

De forma aplicada, é possível utilizar a CNV, segundo o autor, em relacionamentos íntimos, famílias, organizações e instituições, terapia e aconselhamento, negociações diplomáticas e comerciais, disputas e conflitos de toda natureza, família, entre outros contextos.

A leitura desse livro permite refletirmos sobre os aspectos que não enxergamos com facilidade e estimula a sensibilidade diante das nossas ações e da forma que estamos nos comunicando. Para praticar uma comunicação mais respeitosa, não precisamos nos desprendermos da nossa personalidade. Entendemos que é um processo contínuo de evitar julgamentos, entender contextos e trabalhar a empatia através do autoconhecimento.

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